Discussão sobre este post

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Avatar de Rodrigo Acioli

Chego um tanto atrasado por aqui, mas o tema me importa muito. Tu sabe que venho de um modo de pensar pós-moderno. Pos-estruturalista seria mais preciso e talvez menos jocoso, mas já me acostumei com a pilhéria, recordo quando foi do D.A. de história e meus amigos marxistas diziam " Sai do fantástico mundo de Foucault". Isso só pra dizer que a posição irônica é algo que só tardiamente comecei a problematizar e pensar no cinismo como afastamento do objeto e da própria linguagem. Não estou de todo convencido com a crítica da ironia, mas um pouco, sim. Por isso, dei uma travada no quadro barthesiano sobre a mitologia pra pensar que de alguma forma a ironia talvez não alcance de fato o meta-nível que se propõe, no entanto, me parece que ela tem a mesma estrutura do mito, que toma um signo como significante para efetuar seu jogo. A ironia parece depender (assim como o mito) de uma construção simbólica anterior para exercer seu poder denagativo. A ironia então teria uma equivalência ao mito, se para o mito precisaríamos de uma espécia de ingenuidade, para a ironia, teríamos o ceticismo. Isso explicaria também a postura de tantos detratores de mitos que não conseguiram sair do próprio circuito que criticavam. Seriam preciso muitas voltas ainda, mas esse teu texto só me instiga a pensar mais na própria crítica mitoogica como uma chave para entender coisas como a ascenção da direita e do fascismo. Porque, isso fica cada vez mais claro, a crítica desmitologizante dos mitos da direita não produzem nada, nada além de uma ironia circular entre os próprios críticos.

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Avatar de Paulo Souza

MUITO BOM.

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